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O grupo de Cachoeira na Bahia,que tornou-se conhecido como a banda “Remanescentes” ou “Remanescentes do Paraguaçú“ , foi formada durante os anos 1980 por Nengo Vieira, Sine Calmon, Tin Tim Gomes (irmão de Edson Gomes) e Marco Oliveira. A banda gravou apenas um álbum, em 1994, pela gravadora baiana WR, que permanece inédito no meio musical. Após a dissolução da banda, todos os artistas seguiram produzindo músicas próprias e formando outros grupos, e é nesse contexto que surge a banda Morrão Fumegante, fundada por Sine Calmon em 1995, que fez sucesso na cidade com a música “Niyabinghi Blues”, tendo sido a mais tocada em Salvador no verão de 1998. O estilo de reggae jamaicano permanecia, e as letras de protesto também. O grupo “Os Remanescentes” foi um marco do gênero feito na Bahia, e todos os seus artistas como Nengo Vieira e Tin Tim Gomes,além de Sine,seguiram suas carreiras e continuam tocando reggae baiano de qualidade em Salvador e no Brasil, muitos tendo feito regravações das músicas produzidas durante o período do “Remanescentes”, que mantém o reggae do Recôncavo ativo.
A liderança ficou estabelecida e dividida entre os quatro, que faziam de suas casas em Cachoeira, suas congregações, onde se reuniam com as famílias para a leitura e interpretação da Bíblia Sagrada. O grupo era formado por oito pessoas que adotavam a estética Rasta, mas que tinham uma forma particular de apropriação da religião. Ao invés de idolatrarem o imperador etíope Haile Salassie I, que julgavam ser um homem como outro qualquer, adoravam e tinham como salvador Jesus Cristo. Do Rastafarianismo, porém, adotaram além da estética, a influência total da Rebel Music, o repúdio às instituições e o hábito do consumo da Ganja. O Remanescentes chegou a gravar um disco nos estúdios da WR, em Salvador, mas um tempo depois o grupo foi extinto. O álbum permanece inédito no mercado fonográfico, contudo algumas das canções que fizeram parte desse repertório foram gravadas nos discos dos seus ex-integrantes. Sine Calmon foi o primeiro a gravar: “Roda Peão” (Nengo Vieira); “Policiar sim, malícia não” (Nengo Vieira); “Mississipi blues” (Sine Calmon), “Basta Man” (Nengo Vieira) e “É demais” (Sine Calmon). Nengo Vieira também gravou “Roda Peão” (Nengo Vieira) e “Basta Ma”n (Nengo Vieira). Desse mesmo repertório Tin Tim Gomes gravou “Guerreiro Mor” (Nengo Vieira) e “Pelo amor de Deus” (Nengo Vieira). O reggae feito pelos Remanescentes seguia o estilo roots jamaicano, que é o reggae que se fazia na Jamaica nas décadas de 70/ 80, também conhecido com reggae de raiz, com tempo 4/4, baixo na frente em tom grave, exploração melódica variada e incorporação máxima da bateria. As letras, que traduziam bem o cotidiano dos excluídos, tratavam de problemas sociais, do amor incondicional e da esperança através das palavras espirituais. Apesar do Nengo Vieira ser o músico mais experiente e o principal letrista, tanto as músicas quanto as letras eram tratadas com muita atenção e participação de todos.
Assim, o trabalho dos Remanescentes continua vivo até hoje nas vozes de Sine Calmon, Nengo Vieira, Tin Tim Gomes e Marco Oliveira. Os Remanescentes eram: Nengo Vieira (voz e guitarra), Sine Calmon (voz e guitarra), Tin Tim Gomes (vocal), Marco Oliveira (voz e contra-baixo), João Teoria (trompete), Quinho (bateria), Beto (percussão), Wilson Tororó (percussão) e Valéria (backing-vocal)A Bahia é certamente um estado pioneiro no desenvolvimento de uma linguagem própria no que tange a música jamaicana. A história da música baiana dos anos 70 e 80 é permeada por influências do reggae que por aqui trabalharam em pelo menos duas vertentes. É um primeiro momento influenciaram a criação do samba-reggae e inspiraram movimentações estéticas e políticas da negritude baiana. Em um segundo momento, foi absorvido por músicos e artistas que foram expostos a essa chegada, como Lazzo Matumbi, Edson Gomes, por exemplo. Quase como um elo de ligação e obviamente participação nos trabalhos desses dois artistas acima citados, um supergrupo se formou: “Remanescentes do Paraguaçu”. O nome inicial da banda formada nos anos 80, incorporava o local de onde vinha e ao mesmo tempo a originalidade de sua linguagem musical que visava ao seu modo desaguar no mar do reggae. Como o rio de Cachoeira, Os Remanescentes é legitimamente baiano e suas experiências existenciais – inspiradas no tropicalismo dos novos baianos – de viver em comunidade, se refletiam em sua música. Caudaloso como o rio cachoeirano, foram e são também afluentes para a consolidação da cultura reggae em nosso estado. Um banda que reuniu Nego Vieira, Augusto Conceição, João Teoria, Sine Calmon, Tintim Gomes, Marco Oliveira, Valéria Vieira, estão presentes na música baiana de ontem e de hoje. Trinta anos após a gravação de “Só Remanescente Ficará” temos a oportunidade de voltar no tempo e conhecer o nível de excelência que foi produzido naquela altura. Pioneiros do Reggae Nacional Uma retrospectiva que obviamente joga luz e nos permite enxergar a nossa história de modo mais pungente. Fizeram parte da banda também outros excelentes músicos como Júlio Santa (bateria), Alcione Rocha (trompete), Augusto Conceição (trombone), Haroldo da Silva (trombone), Ito Bispo (saxofone), Beto Souza (percussão), Wilson Tororó (percussão), Quinho Batera (bateria) e Raimundo Ataíde (bateria). Essa turma toda, faz um trabalho irrepreensível ao longo de todas as músicas, no melhor do que se poderia se ter em termos de roots reggae nacional. Os Remanescentes Ora, quem então desde lá admirava e tinha o privilégio de saber da nossa história, já ouvia o disco vazado pelas redes, desde antes do youtube. Porém, o trabalho dos produtores DJ Raiz, DJ Leandro Vitrola e Augusto Júnior, nos acrescentou um sabor que ainda era desconhecido. A reconstrução dos fonogramas que estavam disponíveis na internet, através de muito apuro técnico nos entregou um disco que se mostra atemporal. Carregando com muito groove a mensagem fundamental do Cristo, Os Remanescentes compunham ali músicas que aliaram a crítica social a mensagens de busca da paz e do amor divino. As composições em sua maior parte a cargo de Nengo Vieira e de Sine Calmon, nos apresentam ao longo de todo o disco uma espécie de grandes sucessos de um disco que nunca foi lançado. Até então, já conhecíamos a maior parte do material, porém retrospectivamente é fácil perceber que as 11 faixas poderiam ter sido hits radiofônicos. E algumas delas foram pelas mãos de Sine Calmon, anos depois reeditando suas composições com sua banda Morrão Fumegante. Os Remanescentes da História e atualização da cultura negra A bonita capa que foi obra de Ricardo Fernandes, com foto de David Glat registrada em 1991, o ano em que se planejava o lançamento do disco, é um espetáculo à parte. Assim como o trabalho de publicização de outros tantos registros dos “rastas cachoeiranos” no instagram são resgates históricos muito importantes em um estado e país onde a história negra é tão maltratada. A tecnologia que nos causa muitos problemas atualmente, possui também essas possibilidades de nos remeter a tempos e a conhecimentos que não possuíamos. O lançamento de “Só Remanescente Ficará” (2021) é uma excelente oportunidade para se conhecer a força coletiva desse grupo fabuloso de mestres da nossa cultura. Assim como, para que se aproveite o embalo e se resgate os trabalhos solos de Tintim Gomes e Marco Oliveira (Dystorção e Skanibais), João Teoria (Skanibais) e se conheça grandes arquitetos do reggae nacional! -Os Remanescentes ficaram intactos por 30 anos, descubra!
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será que algum dia ouviremos essas gravações... por favor que isso aconteça logo...
ResponderExcluiras gravações de os resistentes?
ResponderExcluirserá que algum dia ouviremos essas gravações... por favor que isso aconteça logo...
ResponderExcluirEm Cachoeira ja ta avenda o cd de REMANESCENTES com o pessoal da feira livre.
ResponderExcluirPassa nas páginas dos caras, lá tá cheio de novidades!
ResponderExcluirFacebook: Os Remanescentes
Instagram: @remanescentesoreal