terça-feira, julho 16, 2019

MUSEU AFRODIGITAL










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O Museu Afrodigital é um projeto aprovado com recursos da CAPES-PROCULTURA e desenvolvido inicialmente pelo CEAO/UFBA, envolvendo ainda UFPE e UFMA. Está filiado à rede da memória virtual da Biblioteca Nacional como depositário digital. Trata-se de um serviço público, de um “museu sem donos” no dizer do Professor Dr. Lívio Sansone. Quando se observa que as intensas transformações tecnológicas atuais exigem novas formas de narrativas e novos ambientes de circulação de informações, tem-se que um Museu Digital é um lugar democratizante. Trata-se de dispositivo de acesso fácil que mostra o cotidiano e a cultura de minorias étnicas e de grupo marginalizados, além de trazer à lume elementos que configuram a memória e a história de um povo. Visa estimular a memória social de minorias étnicas e de memórias nacionais. Tendo em vista que a presença da cultura africana no Brasil é encontrada em acervos particulares e públicos, sobretudo nos estados aglutinadores de afrodescendentes com o Maranhão, o Museu digital da memória afro-maranhense busca contribuir com políticas e ações afirmativas na luta contra o preconceito racial. A UFMA participa através do seu Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e de Grupos de Pesquisa vinculados ao Programa. Entre os objetivos do projeto destacam-se: – Digitalização de documentos, acervos e inventário de memórias das culturas afrodescendentes; – Exploração de novas tecnologias na produção de conhecimento e da pesquisa; – Fortalecimento de programas de graduação e pós-graduação relacionados aos estudos étnico-raciais; – Desenvolver parcerias com diversos arquivos e pesquisadores; – Consolidar uma rede de pesquisadores em estudos étnicos e africanos...
Um texto do Prof. da UFMA Carlos Benedito Rodrigues da Silva sobre o Reggae no Maranhão, comentando peculiaridades desse gênero musical que transformou a Atenas Brasileira em Jamaica Brasileira...
 É difícil definir exatamente, quais os elementos que determinaram a adoção do reggae pela população maranhense, fazendo o ritmo se espalhar, principalmente entre os bairros periféricos de São Luís. Nessa região, considerada o “Portal da Amazônia”, que envolve principalmente os Estados do Pará e Maranhão, é possível identificar uma predominância musical dos ritmos caribenhos, principalmente o merengue, carimbó e bolero. A dinamização desse ritmo no Maranhão, coincide com a exploração da “discoteque” na região Sudeste em meados dos anos 70. Tanto que, os primeiros sons de reggae ouvidos em São Luís, foram através das músicas de Jimmy Cliff, cujos discos podiam ser comprados nas lojas locais. Por isso, os “regueiros” mais antigos dizem que nessa época, o ritmo era identificado como “discoteca lenta” ou “Jimmy Cliff”. Enquanto nas outras regiões, principalmente Sul e Sudeste, a preferência da população jovem recaía sobre os ritmos mais acelerados, como o rock ou a discoteque e, até mesmo sobre o funk, que preferencialmente se dança solto, nas regiões Norte e Nordeste, os ritmos preferidos eram o forró, merengue, etc. que se dançam “agarrados”. O ato de dançar “agarradinho”, estimulou a realização de concursos de danças em algumas festas especiais., onde os melhores dançarinos ganhavam prêmios, em dinheiro, viagens ou aparelhos de som. Muito dançarinos, especialmente masculinos, se destacaram nessas festas, sendo considerados “os Reis do Reggae” pela criatividade que exibiam durante as competições. Ainda que não se fale a mesma língua, o reggae é traduzido em um veículo forte e legítimo de mobilização e identificação da população negra que habita as periferias urbanas e áreas palafitadas de São Luis..
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http://www.museuafro.ufma.br/